sexta-feira, 24 de maio de 2013

Poesia morta

Pobre poesia a minha.                                                                     
Que não sabe ler nem escrever direito.
Mas que não abre mão dos seus direitos.
Embora cheia de defeitos,
Nunca desiste de me atormentar.
Pobre criatura essa,
Carente de mim para ser e se fazer estrelas.
Logo de mim!
Que também sou carente dela
Para ser e me fazer estradas
Pobre poesia...
Às vezes tenho ânsias de te desprezar.
Mas como faço para dela me livrar?
Poesia doida!!!
Se agarra comigo e me leva consigo,
Pra onde não sei.
Me leva em seus braços,
Por rios que traço,
Desfeita em pedaços.
As vezes que leio,
Assim tão absurdamente nua,
Tão crua...
Eu sinto ânsias de me contemplar.
Mas os traços que faço são os meus retratos
E estão em farrapos e não podem mais te explicar.
Pobre poesia burra...
Pobre poesia morta.

Elci Moreira de Souza
24/05/13

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